A COP além do hype

A COP 28, em Dubai, foi a terceira que cobrimos do início ao fim, a segunda presencialmente. Diferentemente da maioria absoluta das consultorias e algumas poucas agências que estiverem em Dubai, nossa participação foi além de participar dos (importantes) eventos: atendemos e trabalhamos junto com clientes durante toda a conferência. Isso nos permitiu viver experiências diferentes e ter acesso a fóruns muito específicos, com o desafio de interpretar, resumir e formatar informações em espaços de tempo curtos.

No entanto, passado o frenesi do evento e com mais tempo para reflexão, naturalmente partimos para um nível mais profundo de interpretação sobre as consequências da conferência, que ultrapassa os 100 mil participantes, as dificuldades na negociação ou contradições evidentes dessa discussão tendo como pano de fundo uma cidade como Dubai. Uma reflexão que vai além do hype. 😉

Peça produzida pelo Time Approach integrando as áreas de Audiovisual, Conteúdo e Design.

Seguindo nossa natureza de conectar negócios às suas partes interessadas com o objetivo de fazer avançar a sustentabilidade de seus impactos, atendemos empresas e organizações do terceiro setor, além de outras entidades relacionadas ao setor elétrico. São atores de naturezas diferentes, que participam de debates diferentes, com pontos de vista diferentes. E essa diversidade de visões é o resultado mais precioso que obtivemos da nossa participação da COP.

Ela resultou em entendimentos como a transformação da natureza da própria COP, que, com a consolidação do conceito e da centralidade da discussão sobre transição justa (just transition), cada vez mais constitui-se em um evento em que o aspecto social formata a pauta ambiental ou a percepção (cada vez mais clara) de que só a ascensão de atores não-governamentais, como empresas, governos subnacionais e organizações da sociedade civil, pode destravar as negociações sobre o mercado de carbono.   

A conexão entre clima, biodiversidade e sistemas alimentares foi outra tendência que se consolidou na COP. Isso implica na intensificação dos diálogos entre as COPs de Biodiversidade e do Clima e uma provável aceleração das pautas da primeira, como créditos sobre biodiversidade. Nesse cenário, as empresas da cadeia de valor do agronegócio, inclusive de produção de alimentos e bebidas, vão lidar com novas tendências e exigências, quase tanto como o setor de energia.

A saúde foi outro setor que teve seu papel ampliado em Dubai. Durante as discussões sobre o impacto das mudanças climáticas sobre a saúde das pessoas e sistemas de atendimento, uma das conclusões foi que ministros da saúde devem ter o mesmo protagonismo na COP que seus pares dedicados ao meio ambiente, energia e finanças. A isso, soma-se uma série de iniciativas, como a Declaração sobre Clima e Saúde dos Emirados, na qual 123 países, inclusive o Brasil, se comprometem a adotar medidas para “colocar a saúde no centro da ação climática… e apoiar o desenvolvimento de sistemas de saúde resilientes ao clima, sustentáveis e equitativos”.

Durante essas semanas pós-COP, vamos conversar com vários de nossos clientes, compartilhando informações, reflexões e achados – sempre que possível, com um recorte específico para o setor em que atuam-, como uma maneira de contribuir com suas estratégias climáticas. Quer conversar sobre COP, mudanças climáticas e descarbonização também? Fale com a gente.

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